segunda-feira, 4 de junho de 2012

Toque de Midas… só que ao contrário



Por Náyra Menezes Vieira


Após as férias de 28 dias, Joel apresentou um Flamengo frágil, desorganizado e lento, mas a culpa era de Ronaldinho que não estava jogando e era menos um em campo. Bem, se foram 10 dias e boa parte já sem o camisa 10 e o que vimos hoje de manhã? Os titulares perderam por 3 a 1 do time reserva.
Em 2010 fomos campeões da Copinha e a safra foi super elogiada, de lá para cá vários de nossos meninos foram chamados para a seleção brasileira, ganharam campeonatos ou chegaram as semifinais ou finais, o próprio Adryan chegou a levar nas costas o time sub-17 e, se não estivesse suspenso, a seleção poderia ter ido a final, de todo modo ele foi eleito o melhor jogador do campeonato. Ontem foi a vez de Thomás vencer o Torneio 8 Nações com a seleção sub-20.
César, Frauches, Marllon, Muralha, Luiz Antônio, Lorran, Lucas, Thomás e Adryan são alguns dos nomes em que mais se apostam hoje, porém são promessas que estão longe de virar realidade. A falta de planejamento faz com que os jogadores fiquem indo para os profissionais e voltando para base aleatoriamente, de modo que dá margem a algo –em princípio incabível, mas que é um exemplo concreto –a um jogador chamado até por jornais estrangeiros de “Novo Zico” ficar no banco de reservas do time de Juniores! Mas o treinador dos juniores está errado? Porque ele mexeria no time que está bem, com um meia que está em grande fase (sim, o Matheus), para por um jogador que daqui uma semana pode estar nos profissionais sem qualquer aviso prévio?
Aliado a falta de planejamento, está o interesse de Joel e da Patrícia e sua base de aliados, em adquirir jogadores do empresário Léo Rabello, que além de cuidar da carreira do primeiro, financiou a campanha da segunda e deve ser novamente um dos principais financiadores esse ano. Entre os nomes estão Rômulo e Amaral, dois volantes horrorosos que viraram titulares do time ou jogadores que entram no 2° tempo. O maior problema disso? Tiraram todo o espaço de Muralha e muito do espaço de Luiz Antônio, que já foi sacado do time com o retorno de Renato.
Os maus resultados e as eliminações deixaram a impressão de que não temos um bom elenco, então foram contratados vários jogadores “apostas”, vieram barato quando não sem custo, não pesam muito a folha salarial… enfim, isso é ruim? Não seria se fossem apenas para compor elenco e se não estivessem roubando o lugar de jovens que continuarão sendo promessas se não forem entrando aos poucos. Onde que o Amaral é melhor que Muralha? Aliás, lembram que o período em que menos tomamos gols na Libertadores e no Carioca foi com Muralha e Luiz Antônio como dupla de volantes?
Não sei quantos de vocês fizeram tamanho sacrifício, mas eu vi o horroroso jogo contra a Seleção do Piauí. A escalação inicial foi Paulo Victor, Leo Moura, Marlon, Welinton, Wellington Silva, Airton, Kleberson, Renato, Ibson, Vagner Love e Deivid, quatro volantes lentos e nenhum meia de criação, o resultado? Mal ameaçamos, as chances mais claras de gol foram do fraquíssimo adversário e, numa bola cruzada, que bateu em um zagueiro adversário, a bola sobrou dentro da pequena área para Kleberson que fez um gol que qualquer um faria! Havia um buraco imenso entre os setores do campo, uma avenida com pavimento novo, 4 pistas(de mão única) e iluminação novinha pelo lado direito, além de uma imensidão de passes errados. O Flamengo não criava, não marcava e quando chutava raramente a bola ia na direção do gol, a única menção honrosa cabe ao improvisado Wellington Silva –que ao contrário de Léo Moura –ia muito a linha de fundo e fazia ótimos cruzamentos.
No 2° tempo começaram as substituições, chegamos a ter 7 (assustadores) volantes em campo! Renato foi um dos últimos a sair mostrando o prestígio com o técnico, inclusive carregando a braçadeira de capitão que começara a partida de posse de Léo Moura. Com Muralha, Luiz Antônio e Bottinelli, o meio de campo estava muito mais leve, solto, foram criadas as primeiras boas jogadas e Luiz foi coroado com um belo gol.
O que Joel tirou de informação importante desse amistoso? Absolutamente nada! Hoje no coletivo –sim, parece o único tipo de treinamento tático que o Joel sabe aplicar –o time titular formado por Paulo Victor, Leo Moura, Marlon, Welinton, Magal, Airton, Kleberson, Renato, Ibson, Vagner Love e Deivid PERDEU de 3 a 1 para o time reserva formado por Felipe, Wellington Silva, Thiago Medeiros, Amaral, Muralha, Luiz Antonio, Bottinelli, Negueba e Diego Mauricio. Quando estava 2 a 0 o “brilhante” treinador tirou Wellinton e recuou Airton, colocando Amaral de volante. Neste mesmo coletivo Love esbravejou e reclamou com seus companheiros de time ao ter que marcar Luiz Antônio, não porque ele não queira marcar, mas porque quem deveria fazer isso é o volante que cai pela esquerda, Renato, ou um dos dois volantes da direita, Kleberson e Ibson.
O que Joel poderia fazer? É nítido que com Léo Moura, Kleberson, Renato e Amaral o time joga com menos 4 jogadores, Amaral é pior que Wellinton, os outros 3 deveriam ser transferidos para um time de másters. Os 3 jogadores já de certa idade não possuem condição de jogar 90 minutos, não marcam e não apoiam bem o ataque, assim sobram muitos espaços principalmente na direita, onde Kleberson e Léo não marcam e permitem que um lateral e um meia desçam por ali, deixando tudo nas costas do zagueiro da direita, no próximo jogo será Marllon –que não tem a grife do Gonzáles – e pode ser mais um a ser queimado, assim como Luiz Antônio e Muralha, responsabilizados por uma defesa frágil não pelos defensores, mas por quem joga só pelo nome e não pelo time.
Com o elenco de hoje, o melhor time seria Paulo V.; Marllon, Airton e Frauches; Muralha (volante mais recuado); Wellington Silva, Ibson, Bottinelli, Luiz A. (linha de 4 no meio); Deivid e Love. Com o retorno de Thomas, sairia Bottinelli e entraria o garoto que –na minha opinião – tem que brigar com Adryan pela 10 deixada por Ronaldinho!
Em suma, mais 10 dias jogados no lixo, mais jovens queimados e jogados às traças, mais um jogo onde a história do Flamengo será desrespeitada ao ver um bando de senhores com muito nome, lábia e influência dentro e fora de campo, trajando o manto sagrado, sem a mínima condição de jogar futebol.
Saudações Rubro-Negras!
 
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