Muitos dizem que quanto mais velho o sujeito é, mais teimoso e cheio de manias ele fica. Particularmente, concordo plenamente com a afirmação. Mas o que isso teria a ver com o Flamengo? Fácil: tudo! A dupla Ronaldinho / Joel é o melhor exemplo para explicar o fenômeno em questão.
Começando pelo treinador, se iludiu quem pensou que o estilo do natalino seria diferente dessa vez. Joel Santana é retranqueiro desde sempre. É nacionalmente conhecido por armar times fortes defensivamente e sem tanta criatividade do meio para a frente. A escalação de ontem, recheada de volantes, não pode ser encarada como surpreendente. Para muitos, pode ter sido uma postura covarde do técnico. Para mim, apenas ratificou o que sempre achei dos trabalhos de Joel Santana: "Vamos tentar não perder e, de repente, beliscar uma vitória".
Quem criticava Luxemburgo pelas péssimas escalações tem muito mais razão do que os que espinafram o atual treinador pela forma defensiva de jogar. Por tudo que conquistou na carreira, Luxa decepcionou por ter se tornado um técnico medroso, defensivo. Mas no caso do Joel, ele não fez nada diferente do que sempre fez na carreira. E nem fará. Joel é um treinador comum, sem títulos nacionais - deixou o Vasco nas semifinais da João Havelange. Apenas tem um trunfo por saber lidar com medalhões.
Aliado a esse problema, vem Ronaldinho. Acostumado a jogar em grandes clubes ao longo da carreira, R10 sempre teve com quem tabelar, com quem dividir a responsabilidade. Por vezes, sequer precisava ser decisivo. Tinha quem o fizesse para o craque gaúcho. Mas no Flamengo, especialmente neste Flamengo, Ronaldinho é o craque da companhia. O cara do time. O jogador que todos depositam suas fichas. E qual a resposta do Dente em campo? Apatia. Um desinteresse inexplicável de um jogador fantástico, dotado de um talento ímpar. Vez ou outra, R10 cria boas jogadas, ajuda o rubro-negro nas vitórias. Mas convenhamos, tem feito muito pouco para um jogador que ganha mais de um milhão por mês, que é tratado a pão de ló e que goza de todas as regalias que um clube pode lhe proporcionar.
O esquema exageradamente defensivo atrapalha Ronaldinho, é bem verdade. Difícil levantar a cabeça e ter que tabelar com Willians, Airton, Maldonado ou Renato. Jogador nenhum é onipresente, capaz de dar o passe e concluir a gol. Mas independente desse problema crônico do Flamengo, Ronaldinho sequer busca jogo. Não luta por um melhor posicionamento em campo. Não tenta nada. Se omite. Se reserva no direito de esperar uma bola parada, um lampejo. Na minha concepção de futebol, que é um esporte coletivo, é muito pouco para alguém que deveria ser o astro da companhia. E ainda por cima é premiado com uma convocação. Vai entender!
Ronaldinho e Joel precisam acordar para a vida. Enxergar que o tempo passou e que é preciso buscar alternativas para os problemas que se apresentam. Esperar que as soluções caiam do céu me parece um comodismo fadado ao insucesso. Ao torcedor, resta torcer para que a ficha caia, e que a dupla, com o reforço de Vagner Love, dê alegrias dentro de campo.
Pablo dos Anjos
Twitter: @PabloWSC
Começando pelo treinador, se iludiu quem pensou que o estilo do natalino seria diferente dessa vez. Joel Santana é retranqueiro desde sempre. É nacionalmente conhecido por armar times fortes defensivamente e sem tanta criatividade do meio para a frente. A escalação de ontem, recheada de volantes, não pode ser encarada como surpreendente. Para muitos, pode ter sido uma postura covarde do técnico. Para mim, apenas ratificou o que sempre achei dos trabalhos de Joel Santana: "Vamos tentar não perder e, de repente, beliscar uma vitória".
Quem criticava Luxemburgo pelas péssimas escalações tem muito mais razão do que os que espinafram o atual treinador pela forma defensiva de jogar. Por tudo que conquistou na carreira, Luxa decepcionou por ter se tornado um técnico medroso, defensivo. Mas no caso do Joel, ele não fez nada diferente do que sempre fez na carreira. E nem fará. Joel é um treinador comum, sem títulos nacionais - deixou o Vasco nas semifinais da João Havelange. Apenas tem um trunfo por saber lidar com medalhões.
Aliado a esse problema, vem Ronaldinho. Acostumado a jogar em grandes clubes ao longo da carreira, R10 sempre teve com quem tabelar, com quem dividir a responsabilidade. Por vezes, sequer precisava ser decisivo. Tinha quem o fizesse para o craque gaúcho. Mas no Flamengo, especialmente neste Flamengo, Ronaldinho é o craque da companhia. O cara do time. O jogador que todos depositam suas fichas. E qual a resposta do Dente em campo? Apatia. Um desinteresse inexplicável de um jogador fantástico, dotado de um talento ímpar. Vez ou outra, R10 cria boas jogadas, ajuda o rubro-negro nas vitórias. Mas convenhamos, tem feito muito pouco para um jogador que ganha mais de um milhão por mês, que é tratado a pão de ló e que goza de todas as regalias que um clube pode lhe proporcionar.
O esquema exageradamente defensivo atrapalha Ronaldinho, é bem verdade. Difícil levantar a cabeça e ter que tabelar com Willians, Airton, Maldonado ou Renato. Jogador nenhum é onipresente, capaz de dar o passe e concluir a gol. Mas independente desse problema crônico do Flamengo, Ronaldinho sequer busca jogo. Não luta por um melhor posicionamento em campo. Não tenta nada. Se omite. Se reserva no direito de esperar uma bola parada, um lampejo. Na minha concepção de futebol, que é um esporte coletivo, é muito pouco para alguém que deveria ser o astro da companhia. E ainda por cima é premiado com uma convocação. Vai entender!
Ronaldinho e Joel precisam acordar para a vida. Enxergar que o tempo passou e que é preciso buscar alternativas para os problemas que se apresentam. Esperar que as soluções caiam do céu me parece um comodismo fadado ao insucesso. Ao torcedor, resta torcer para que a ficha caia, e que a dupla, com o reforço de Vagner Love, dê alegrias dentro de campo.
Pablo dos Anjos
Twitter: @PabloWSC