segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Uma Nação que sangra


Mergulhado em problemas que transcendem às quatro linhas, o Flamengo vive momento pra lá de delicado e precisa reagir urgentemente, sob pena de acabar perdendo o apoio de sua imensa torcida. A crise técnica do time não chega aos pés dos problemas internos que assolam o Mais Querido. O rubro-negro precisa estancar o sangramento e voltar a ser grande.

É inadmissível que um clube do tamanho e da história do Flamengo continue comandado por incompetentes, por aproveitadores. A omissão dos dirigentes rubro-negros chegou ao limite. Não se pode mais tolerar a falta de atitude da presidente Patrícia Amorim, a falta de comando dos diretores de futebol. Ninguém mais aguenta as falácias do técnico Vanderlei Luxemburgo. A torcida rubro-negra merece mais, muito mais. Vencer ou perder faz parte do jogo. É inerente ao esporte. O que extrapola os limites da razão e bom senso são os abusos de poder, a falta de respaldo da diretoria, o desrespeito aos ídolos. E para culminar, agressão física entre conselheiros.

Hoje senti vergonha de ser Flamengo. A afirmação é forte, mas verdadeira. Ao saber da covarde agressão de um sujeito que consta do quadro de conselheiros do Flamengo – José Carlos Peruano – ao publicitário e blogueiro Arthur Muhlenberg – também conselheiro do clube –, fiquei sem reação. Custei a acreditar em todas as informações que, aos poucos, chegavam. A que ponto chegou o Mais Querido? O Flamengo não merece ser tratado dessa maneira. O episódio de hoje deixa uma cicatriz no clube, expõe ainda mais a fragilidade atual da instituição.

Me incomoda abrir os jornais e ler matérias sobre pessoas que nada acrescentam ao clube, mas que por muitas vezes são tratadas como verdadeiras representantes da Nação. Avaliação equivocada que acaba por influenciar os torcedores. A lamentável atitude desse ex líder de torcida não me surpreende. O que me causa revolta é a conivência daqueles que estão no Flamengo para fazer o melhor pelo clube. Custo a entender como um Capitão Léo pode ser presidente do conselho fiscal rubro-negro. Fico envergonhado em ver que a presidente Patrícia Amorim apoia um cidadão desses, que vai à imprensa para falar mal e difamar simplesmente o maior ídolo de todos os tempos do Flamengo. Zico talvez tenha se expressado mal ao dizer que hoje em dia pouco acompanha o clube de coração e que não se importa tanto com os resultados. Mas a verdade é que quando um jogador da importância do Galinho se torna vítima do próprio time que ele ajudou a imortalizar, é porque algo com certeza está fora de compasso.

A resenha de hoje não está preocupada com o atual momento vivido pelo Flamengo em campo. Claro que o torcedor quer ver seu time vencer, não quer ser motivo de chacota nas ruas. Sente falta de ver a equipe no topo, brigando no lugar que merece. Mas há momentos em que é preciso colocar a mão na consciência. Parar mesmo que por um segundo e avaliar em que ponto chegou o Mais Querido. É preciso dar um basta nos absurdos que acontecem na Gávea. O Flamengo não merece os dirigentes que tem. Está na hora de abrir a boca e protestar. Ou o clube vai, aos poucos, se apequenar.

Pablo dos Anjos
Twitter: @PabloWSC
 
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