Ocupando apenas o 10º lugar ao fim do primeiro turno, o Flamengo estava totalmente desacreditado por todos. Com uma campanha totalmente irregular, o até então técnico Cuca perdeu seu cargo na 13ª rodada. Logo na rodada seguinte, Andrade assumiu interinamente a equipe e acumulou duas vitórias importantíssimas, contra Santos e Atlético MG, respectivamente. Quando todos acreditavam que o time carioca teria uma bela arrancada como a de 2005, tiveram uma decepção.
Nas 3 partidas seguintes, derrotas para Grêmio, Cruzeiro e Avaí, terminando a 21ª rodada na 14ª colocação e tendo 13 pontos de diferença para o até então líder Palmeiras. No entanto, o elenco rubro negro formado por jogadores importantes como Adriano, Petkovic, Zé Roberto, só foi perder novamente na 32ª
rodada, contra o Grêmio Barueri, numa partida com a arbitragem totalmente confusa. Depois dessa derrota, para muitos foi o fim de um sonho, para outros, o sonho ainda habitava as mentes quando dormiam. Tanto que na rodada seguinte o Flamengo venceu o Santos num Maracanã com 80.000 pessoas por 1x0, e com direito a 2 defesas do ex-goleiro Bruno, nos pênaltis cobrados por Paulo Henrique Ganso.
Depois, vieram mais 2 vitórias importantíssimas contra Atlético MG, em Minas e Náutico, nos Aflitos. Na antepenúltima rodada, o rubro negro tinha a oportunidade de tomar a liderança do São Paulo, depois da derrota sofrida minutos antes
para o Botafogo, no Engenhão. Num Maracanã lotado e com direito ao maior mosaico do mundo, reconhecido pelo Guiness Book(Livro dos Recordes), o time da Gávea enfrentava um Goiás já sem pretensões na competição. Os torcedores esperavam um jogo tranquilo e que a vitória viria naturalmente. Puro engano. O time esmeraldino engrossou a partida e aproveitou o nervosismo da parte do clube carioca e levou o jogo normalmente. Com o empate no Rio, o São Paulo mantinha a ponta da tabela.
Na penúltima rodada, os papéis se inverteram. O Flamengo enfrentava o Corinthians, arqui-rival do líder do campeonato e que já jogava só para cumprir tabela. Já o São Paulo, encarava o mesmo Goiás, em Goiânia, que havia tirado a chance da liderança do rubro negro carioca.
Coincidência ou destino?
No mesmo momento em que Zé Roberto recebeu um lindo lançamento de Toró, invadiu a área e abrir o placar para o Fla, em Goiânia o Goiás também fazia 1x0 no São Paulo.
Depois de aberto o placar, o jogo ficou morno e no fim, Léo Moura de pênalti sacramentou a vitória e a liderança para a equipe do Rio de Janeiro, faltando apenas 1 rodada para o fim do Campeonato.
O dia mais esperado depois de 17 anos chegava. A maior torcida do Brasil havia esgotado os ingressos em poucas horas. O Grêmio, adversário daquela tarde, estava cercado de desconfiança pelo fato do seu maior rival também brigar pelo título. Tanto que o time de Porto Alegre levou um time mesclado para o jogo.
Um Maracanã completamente em vermelho e preto.
Torcedores com placas, cartazes, faixas e bandeiras faziam a festa antes do começo da partida.
Os times entraram no gramado e a torcida do Fla fez uma festa linda, com papel picado, bandeiras e tudo o que tinha direito.
Os 90 minutos seguintes poderiam tirar o rubro negro de uma fila de 17 anos, ou então deixar um ano a mais.
O jogo começou com um Grêmio tranquilo, tocando a bola e envolvendo um Fla totalmente nervoso. Petkovic, sem brilho, tentava nas bolas aéreas para Adriano, enquanto Zé Roberto ciscava de um lado para o outro. Numa cobrança de escanteio fechada, Roberson deu um leve desvio. O bastante pra calar um Maracanã lotado e mais 35 milhões de torcedores. Com o gol, todos esperavam um time mais ofensivo e consequentemente mais ansioso. Felizmente a
resposta veio rápida. Menos de 10 minutos depois, Petkovic cobrou um escanteio pela direita,
Aírton cabeçeou para o alto, Adriano protegeu a bola que sobrou para David Braz, que substituia Álvaro, chutar de bate pronto para empatar a partida. Uma comemoração aliviada de todos. O fim do primeiro tempo chegou e no Beira Rio, o Inter já vencia o rebaixado Santo André, obrigando o Flamengo a buscar a vitória.
O segundo tempo começou com o time da casa cometendo os mesmos erros bobos, por conta do nervosismo, enquanto víamos um Grêmio totalmente tranquilo. Porém, com a chamada de
Andrade na equipe, o time acordou e foi em busca do gol da virada. Persistência que deu resultado. Aos 24 minutos, novamente em cobrança de escanteio efetuada por Petkovic, que já iria ser substituído, Ronaldo Angelim subiu mais do que a zaga do tricolor gaúcho e desviou para
o fundo das redes. Explosão no Brasil inteiro e virada!
Depois o time cadenciou a partida e soltou o grito de "HEXACAMPEÃO". Adriano, artilheiro da competição com 19 gols, se emocionou e chorou, enquanto Andrade tomava um proporcionado pelo elenco vitorioso.
O Flamengo terminou o Brasileirão de 2009 com uma campanha com 38 jogos, tendo 19 vitórias,
10 empates e 9 derrotas apenas, marcando 58 gols.
FICHA DO JOGO - FLAMENGO 2x1 GRÊMIO
FLAMENGO: Bruno, Leonardo Moura, David, Ronaldo Angelim e Juan; Aírton, Toró (Éverton), Willians e Petkovic (Fierro); Zé Roberto (Kléberson) e Adriano. Técnico: Andrade
GRÊMIO: Marcelo Grohe; Mário Fernandes, Léo, Thiego e Fábio Santos; Adilson (Mithyuê), Túlio, Maylson e Lúcio; Douglas Costa e Roberson (Bérgson). Técnico: Marcelo Rospide
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 6 de dezembro de 2009 (Domingo)
Horário: 17 horas (de Brasília)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (Fifa-PR)
Assistentes: Alessandro Rocha (Fifa-BA) e Carlos Berkenbrock (Fifa-SC)
Cartões amarelos: David, Willians (Flamengo); Marcelo Grohe, Douglas Costa, Lúcio, Adilson (Grêmio)
Gols: Roberson, 21 minutos, e David, 29 minutos do primeiro tempo; Ronaldo Angelim, 24 minutos do segundo tempo